Ser uma mulher empoderada, em 2025, não é apenas uma escolha, é um ato de resistência. Não falo de teorias ou movimentos, mas da essência do feminino: a força que vem do trabalho árduo, da autenticidade e da busca incessante por igualdade de oportunidades. Para muitas pessoas, o poder de uma mulher que conhece o seu valor é um problema. É um desafio a uma ordem que insiste em nos limitar a papéis definidos por convenções ultrapassadas. Eu sou prova viva de que ser mulher, ser dona de si, incomoda profundamente.
Recentemente, fui convidada para uma entrevista em uma emissora nacional de cunho religioso. A proposta parecia uma oportunidade interessante para dialogar sobre minha trajetória e meu trabalho. Contudo, antes de confirmar, veio o aviso: seria necessário “limpar” meu Instagram, excluindo conteúdos que exaltam a sensualidade e o poder feminino. Em resumo, para participar, eu deveria renunciar a quem sou, abandonar a minha autenticidade e adotar uma persona mais “aceitável”. A mensagem era clara: uma mulher forte e autêntica não se encaixa em espaços que preferem máscaras à verdade.
O quão ofensivo é um pedido de “apagamento” como esse? Sou empresária, mãe, advogada, modelo e, claro, tenho boa parte do corpo tatuado. Excluir minhas imagens seria, nada mais e nada menos, que apagar parte de quem sou. Uma narrativa como essa não está interessada na minha história, mas em criar uma peça de ficção onde a mulher, feminina e empoderada, não pode estar fora de padrões retrógrados. Esse pedido não foi apenas desrespeitoso, mas a confirmação de que, para algumas instituições, mulheres só são bem-vindas quando cabem dentro de moldes ultrapassados.
Essa não foi a primeira vez que enfrentei esse tipo de situação. Já me disseram que sou “incisiva demais”, como se assertividade fosse um defeito. Já tentaram me enquadrar, me silenciar, me moldar. Não é fácil navegar em um mundo que ainda enxerga o empoderamento feminino como uma ameaça, mas eu me recuso a ceder. Cada tentativa de me diminuir só reforça minha crença de que a emancipação feminina é indispensável, e que não podemos parar de lutar por igualdade, respeito e reconhecimento.
Relato esses episódios para transformar indignação em inspiração. Quero que outras mulheres vejam que, apesar dos obstáculos, é possível ser dona da própria narrativa. Ser mulher é um desafio constante, mas também é um privilégio inegável, quando decidimos viver sem pedir desculpas por sermos quem somos. Que esses episódios sirvam como um lembrete de que não estamos sozinhas, e de que cada passo firme que damos deixa marcas em um caminho que, um dia, será mais justo para todas nó